Os primeiros filósofos gregos foram chamados de pré-socráticos e buscaram a descoberta de um princípio originário de todo o Universo.
Os filósofos pré-socráticos foram os primeirosfilósofosdoOcidente.Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, não se conteve com as explicações cosmogônicas fornecidas pela mitologia grega para explicar a origem de tudo, e parte para uma observação natural em busca de um princípio racional de tudo que fizesse sentido. Sua atitude dá início à Filosofia há, aproximadamente, 2600 anos.
Os primeiros filósofos foram chamados de pré-socráticos por se situarem, cronologicamente, antes de Sócrates, o qual modificou os rumos da Filosofia grega. O período Pré-Socrático também é chamado de Cosmológico, pois os filósofos estavam buscando uma origem racional para o Universo, que, no vocabulário grego antigo, pode ser traduzido pela palavra cosmos.
Objetivos dos pré-socráticos
Tales de Mileto, um comerciante da região da Jônia que gostava de buscar novos conhecimentos, foi considerado o primeiro filósofo. Como matemático e astrônomo, contam os historiadores que Tales teria previsto um eclipse total do Sol, no ano de 585 a.C., utilizando cálculos e conhecimentos de Astronomia. Esse momento seria, segundo os historiadores da Filosofia antiga, o ápice do amadurecimento intelectual de Tales, o que nos faz supor que a Filosofia tenha surgido, mais precisamente, em uma data próxima à da previsão do eclipse.
Tales observou a natureza e supôs que o princípio de tudo estaria contido nela própria. A sua análise foi motivada pela falta de coerência das mitologias, ao tentarem explicar o surgimento de tudo, com histórias fantasiosas que envolviam deuses e titãs. As observações de Tales o fizeram supor que o princípio de tudo seria a água, pois notou que essa substância está presente em todas as formas de vida.
A atitude de Tales o colocou no posto de primeiro filósofo e também fez florescer um proceder filosófico que impulsionou os estudos de vários outros pré-socráticos, os quais, assim como Tales, queriam descobrir a verdadeira origem do Universo. Todos eles buscaram essa origem na própria natureza, com base na observação empírica do meio em que viviam. Essa atitude fez com que o ser humano fosse parando aos poucos de creditar os fenômenos naturais pouco conhecidos a intervenções divinas e forças sobrenaturais.
Filósofos pré-socráticos: principais ideias
Os filósofos pré-socráticos nutriam esse mesmo objetivo: encontrar o princípio gerador ou a matéria primordial de todo o Universo. Por isso, as suas ideias são bem parecidas. Os estudiosos sempre se esbarram nas dificuldades que o tempo e o modo de escrita dos pré-socráticos colocaram. Não há como fazer um estudo aprofundado de um filósofo pré-socrático, pois as obras são escassas e fragmentadas. No entanto, é notório que eles buscavam fundamentar o que chamavam de arché (princípio originário), por meio da observação da physis (natureza).
Para facilitar o estudo, os historiadores da Filosofia reuniram os pré-socráticos em “escolas filosóficas”, de acordo com sua proximidade geográfica que também coincide com a proximidade de ideias. As escolas pré-socráticas são:
JônicaEscola
Teve início com Tales de Mileto, na região da Jônia, que atualmente é parte da Turquia. Tales estabeleceu a água como princípio gerador de tudo. Anaximandro, que teve contato com as ideias de Tales, passou pelo mesmo processo de observação empírica da natureza e constatou que a origem de tudo estava contida num elemento infinito e indeterminável, designado pela palavra ápeiron. Seu discípulo, Anaxímenes, concordou que o elemento era infinito, mas afirmou ser possível determiná-lo, pois era o ar. O ar estaria presente em tudo, sendo, portanto, a causa material primeira.
PitagóricaEscola
Pitágoras foi um dos mais importantes matemáticos de todos os tempos. Sua percepção matemática, envolta por rituais místicos, levou-o a estabelecer que a origem de todo o Universo estaria em relaçõesmatemáticas, mais especificamente naquilo que dá origem a tudo na Geometria — o ponto — junto à ideia de unidade proposta pelo algarismo 1, que é o início por excelência. Seus seguidores continuaram a mística pitagórica, que envolvia Música, Matemática e Cosmologia.
EleataEscola
Parmênides e seu discípulo, Zenão, são os principais filósofos eleatas. Para eles, a origem de tudo não estaria no estabelecimento de uma causa material primordial, mas no entendimento de que não houve início, pois não houve mudança. Eles eram imobilistas e acreditavam que a natureza era eterna e imutável, e que as mudanças que apreendemos são frutos de nossa percepção enganosa.
Pluralistas
Não elegeram apenas um elemento primordial, mas vários elementos que se juntaram para formar todo o Universo, de acordo com as suas teorias. Para Empédocles, a origem do Universo estaria no que ele chamou de quatro elementos básicos — terra, fogo, água e ar. Anaxágoras estabeleceu que a origem deu-se por meio da junção de sementes.
Essa junção acontecia quando havia afinidade entre diferentes sementes, mediante a relação que ele classificou como amor. Do mesmo modo, sementes que não tinham afinidade entre si separavam-se pela relação que ele chamou de ódio.Demócrito e Leucipo, talvez os mais conhecidos dentre os pluralistas, formularam a teoria atomista, que creditava a origem de tudo à junção de partículas invisíveis e indivisíveis, os átomos.
Importância dos pré-socráticos
Hoje, a ciência e a tecnologia estão muito desenvolvidas, e as ideias pré-socráticas parecem obsoletas e inúteis para entender a constituição natural de tudo. Porém, a importância dos pré-socráticos reside no fato de que o conhecimento racional e a atitude filosófica, que daria origem a uma atitude científica, iniciaram-se com a Cosmologia dos gregos.
A nossa ciência somente pode considerar as afirmações dos antigos filósofos obsoletas, porque eles a formularam e possibilitaram o desenvolvimento de toda a inteligência racional que temos hoje. Também devemos pensar numa importância histórica, pois, para entender o desenrolar da Filosofia e da tradição racional ocidental, é preciso olhar para a origem de tudo, de modo a perceber como chegamos aonde chegamos.
Bibliografia dos pré-socráticos
Não se tem muitos escritos dos filósofos pré-socráticos hoje. O que se tem são fragmentos escassos e, muitas vezes, desconexos. Os historiadores da Filosofia reuniram os pré-socráticos em escolas para facilitar o entendimento de seus escritos. Essa escassez deve-se, principalmente, à ação do tempo e da humanidade que — por meio de enchentes, furações, tempestades, incêndios acidentais e incêndios provocados — destruiu muitos documentos históricos da Grécia Antiga. Estima-se que muitos escritos tenham sido perdidos, por exemplo, no incêndio na Biblioteca de Alexandria.
Outro fator que dificulta o entendimento e a reunião da bibliografia dos pré-socráticos é o fato de que eles não escreviam tendo em vista a publicação como fazemos hoje. A grande maioria dos escritos do período não possui título, sendo esses diletantes sobre assuntos relacionados à Cosmologia, à Matemática, à Música, à Astronomia ou sobre qualquer outra ciência que já fosse cultivada naquele período.
Imagine um Brasil em que todos tenham acesso à educação, ao lazer, aos serviços de saúde e ainda à segurança? Parece um cenário de primeiro mundo, não é mesmo? Pois esses são alguns dos direitos básicos assegurados pela nossa Constituição Federal para todos os cidadãos do país. Entretanto, a desigualdade social gera um abismo que impede essa realização.
Por esse motivo, a desigualdade social no Brasil é um tema que pode ser abordado de diversas formas no Enem. Afinal, além de ser um assunto muito importante por causa das dificuldades e injustiças que o abismo econômico pode provocar, é um processo que acontece no mundo inteiro (em maior ou menor grau). Confira nossas dicas e macetes para entender de vez esse conceito, conhecer as principais causas, consequências e tipos.
Além disso, veja como desenvolver uma redação sobre desigualdade social e tenha uma boa argumentação para tratar sobre o tema.
O que é desigualdade social?
Como já explicamos na introdução, a desigualdade social está presente no mundo inteiro, porém, só se torna um problema quando a diferença econômica entre a renda daqueles que estão na base social é muito distante da percebida pelos mais ricos da estratificação social. Ou seja, desigualdade social é a diferença que privilegia ou limita determinado grupo social.
Este é um dos temas amplamente estudados pela Sociologia, que não pretende apenas entender o que é desigualdade social, mas também descobrir soluções para minimizar esse quadro — independentemente do sistema econômico, se capitalista ou socialista.
Exemplos de desigualdade social
Mais acentuados durante as crises econômicas, políticas e sociais, existem muitos exemplos de desigualdade social.
Educação
Podemos acompanhar um fenômeno na educação que, de fato, tende a acontecer na maior parte dos tipos de desigualdade social, que é um ciclo vicioso. Imagine que uma família possui excelentes condições financeiras e alto poder de consumo. Os filhos terão acesso ao melhor tipo de educação, mesmo que essa seja em instituições de ensino privadas.
Essas pessoas, ao crescerem, terão, consequentemente, melhor formação educacional — o que aumentará as chances de ocuparem os melhores empregos. Na outra ponta dessa estrutura social, estão as classes menos favorecidas, que precisam contar apenas com o sistema público de ensino e muitas vezes não podem prosseguir com a formação, pois a família precisa de apoio econômico para se sustentar.
Emprego
Apesar de o emprego ter ligação ao exemplo que acabamos de ilustrar sobre educação e a formação que cada um conquista, ainda é possível perceber outros fatores, como a influência da família para indicação de vagas em empresas de conhecidos.
Saúde
Normalmente as pessoas com uma situação financeira precária dependem exclusivamente do sistema público de saúde. Entretanto, hospitais públicos também costumam sofrer com carência econômica, o que os impede de investir da forma adequada em estrutura física, medicamentos, tecnologias e até mesmo em profissionais.
Cultura
A manifestação cultural é bastante diversificada, mas as pessoas com maior poder de consumo têm condições de participar amplamente de atividades culturais como:
visitar museus e exposições artísticas;
comprar livros, revistas e jornais;
assistir a teatros, óperas e outros concertos musicais, cinema;
viajar para outros lugares, conhecendo assim outros contextos históricos e culturas;
ter ferramentas como internet e computador ou smartphone de boa qualidade, facilitando a navegação mais dinâmica e acesso a conteúdos.
Moradia
São muitas as questões que envolvem moradia e servem como exemplo para perceber a diferença causada pela desigualdade social. Elas podem ser ligadas à qualidade de vida, como o fato de morar próximo a ambientes de estudo e trabalho, evitando o movimento pendular, ou mesmo ligados ao risco de vida como zonas sem segurança, abastecimento de água tratada e saneamento básico.
Tipos de desigualdade social
Apesar de essa diferença se apresentar principalmente em relação às condições econômicas, existem muitos outros tipos de desigualdade.
Desigualdade de gênero
Ainda hoje, é comum que mulheres recebam um salário menor exercendo uma mesma função, pelo simples fato de serem mulheres. Esse dado não fica sozinho e é percebido em outros âmbitos ligados à ocupação de cargos superiores e de confiança e até mesmo na liberdade e direitos equivalentes aos dos homens.
Outro exemplo da desigualdade de gênero são os homossexuais, que muitas vezes não conseguem ocupar determinado cargo somente por causa dessa orientação. Ainda nesse sentido, poderíamos inclusive apresentar questões como a homofobia e o não reconhecimento desse tipo de união, que, mesmo sendo legalmente aceito, não é bem visto dentro de diversos grupos religiosos.
Desigualdade racial
Além da relação econômica que separa as raças em muitos países, como no Brasil, como herança do período de escravidão, há também uma dificuldade de oportunidades — um fenômeno que acontece tanto nas oportunidades de emprego quanto nas representações midiáticas, como em filmes e programas de TV, nos quais a representatividade das raças é diversa da realidade e ainda costuma acentuar esse preconceito.
Desigualdade econômica
Resultado da má distribuição de renda e do privilégio de determinadas classes sociais, ela é responsável por proporcionar a uma parcela privilegiada uma excelente qualidade de vida, muitas oportunidades e acesso à culturas diversas. Por outro lado, as pessoas com baixo poder de consumo, além de não terem boas condições de vida, precisam conviver com situações de risco, como má alimentação, convívio em ambientes de alta violência e falta de perspectiva na vida.
Desigualdade regional
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador para medir as condições de vida das pessoas de uma determinada localidade. Devido aos fatores históricos, é comum acontecer que pessoas de uma determinada localidade tenham mais privilégios do que em outra região. No Brasil, podemos ver essa diferença entre as condições da população do Nordeste em relação à população das regiões Sul ou Sudeste.
Ainda é possível perceber essa faceta da desigualdade socialno mundo observando o abismo existente entre as possibilidades de uma pessoa que vive em grandes centros urbanos, em relação a quem está na zona rural. Além das dificuldades de um sistema de saúde eficaz, as possibilidades de uma educação de qualidade que vá até formações superiores são, também, escassas.
Desigualdade social no Brasil
Segundo um estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil está entre os cinco países com maior desigualdade em sua distribuição de renda. Alguns estudiosos defendem que a desigualdade social no Brasil tem origem no Brasil Colônia. Contudo, existem diversos programas sociais, como o Bolsa Família, que serviram para reduzir a desigualdade social e ajudar milhões de pessoas a sair da pobreza absoluta.
Desigualdade social no Brasil: causas e consequências
Confira agora as principais causas que levaram a desigualdade social no Brasil a se tornar uma das maiores e quais consequências isso gera para a nossa sociedade.
Causas da desigualdade social
Vamos olhar para as principais causas da desigualdade social no nosso país desde a origem até problemas que mantêm ou até mesmo agravam esse quadro nos dias de hoje:
o Brasil foi constituído como uma colônia de exploração e demorou a abolir a escravidão;
a divisão de terras aconteceu de maneira desigual, concentrando grandes territórios nas mãos de poucos;
a desigualdade da qualidade da educação de acordo com as classes sociais;
a evasão escolar e a dificuldade das classes mais baixas em conquistar boa formação escolar e qualificação profissional;
as diferenças salariais e de oportunidades de emprego de acordo com raça e gênero;
a inflação e os altos impostos que diminuem o poder de consumo, principalmente das classes menos favorecidas;
a distribuição ineficiente da verba pública associada à corrupção;
o princípio capitalista do acúmulo de bens e da meritocracia;
o falta de estímulo para programas nas áreas socioculturais, da saúde e da educação;
a falta de melhor distribuição da renda.
Consequências da desigualdade social
Agora pense no quanto todas essas causas também geram consequências na desigualdade social no Brasil. Entre os efeitos da desigualdade social, identificamos:
aumento da pobreza absoluta, miséria e má qualidade na alimentação;
más condições de moradia, favelização e falta de saneamento básico;
precariedade na saúde e alta taxa de mortalidade infantil;
marginalização social, violência e falta de segurança pública;