Material para estudo - Informática
O conceito de biblioteca digital ainda
não é único e nem definitivo, mas uma das definições correntes é que a
informação que ela contém existe apenas na forma digital, podendo
residir em meios diferentes de armazenagem e ser acessada tanto em
locais específicos quanto remotamente pelas redes de computadores.
Outros termos são usados na literatura
referindo-se a bibliotecas digitais, como, repositórios digitais,
bibliotecas virtuais, bibliotecas eletrônicas, repositórios
institucionais. Mesmo tendo suas especificidades, todos possuem o mesmo
objetivo: o compartilhamento de informações digitais.
Sistemas de biblioteca digital são
usados para o armazenamento e disponibilização de objetos digitais de
forma remota. Universidades fazem uso intenso desses sistemas, para
publicação de sua produção local, que também têm potencial de
desempenhar papel importante em cursos de Educação à Distância (EAD). A
legislação brasileira, pelo “Decreto nº 5.622, de 9 de novembro de
2005”, estabelece que cursos nessa modalidade devem oferecer bibliotecas
adequadas, com acervo on-line que atendam a seus estudantes.
Características das Bibliotecas Digitais
• Acesso remoto pelo usuário, por meio
de um computador conectado a uma rede;
• Utilização simultânea de um documento
por uma ou mais pessoas;• Inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou
centro de informação;
• Possibilidade de acessar não somente a
referência bibliográfica, mas também o documento completo;
• Provisão de acesso em linha a outras
fontes externas de informação (bibliotecas, museus, bancos de dados,
instituições públicas e privadas);
• Utilização de maneira que a biblioteca
local não necessite ser proprietária do documento solicitado pelo usuário;•
Utilização de diversos suportes de registro da informação tais como texto, som,
imagem e números;
• Existência de unidade de gerenciamento
do conhecimento, que inclui sistema inteligente ou especialista para ajudar na
recuperação de informação mais relevante.
“As Bibliotecas Digitais são sistemas de
informação que propiciam criação, gestão, distribuição e preservação de
fontes complexas de informação. Seu objetivo é permitir uma interação
eficaz e eficiente dos usuários que se beneficiam do seu conteúdo e
serviços. Para que se possa atingir o grau desejado de satisfação do
usuário não pode-se ignorar a acessibilidade web.
O espaço digital passou, assim, a ser a
via mais transitável porto das as pessoas que procuram informações e
dispõem de acesso à Internet e aos computadores. E este pode ser um
espaço mais socialmente inclusivo, caso ofereça acessibilidade a todos,
respeitando suas capacidades e limitações.
A Declaração dos Direitos da Pessoa
Usuária dos Serviços Prestados por Profissionais da Informação, pela
Federação Internacional das Associações de Bibliotecários (IFLA), em 29
de março de 1999,conclama os bibliotecários a: “garantirem e facilitarem o
acesso a todas as manifestações do conhecimento e da atividade intelectual; a
adquirirem, preservarem e tornarem acessíveis a mais ampla variedade de
materiais que reflitam a pluralidade e a diversidade da sociedade”.
Não devemos pensar apenas na
acessibilidade das páginas Web de uma biblioteca digital, mas também do
conteúdo disponibilizado a partir desta e nas tecnologias assistivas que
mediam o acesso a elas:
• Documentos PDF podem não ser
acessíveis a leitores de tela d dependendo da forma como foram gerados,
• vídeos devem ter legendas e/ou
transcrição para LIBRAS,
• arquivos de áudio devem ser
disponibilizados também no formato texto para que sejam acessíveis a pessoas
com surdez.
Conforme a NBR 15599/08, as bibliotecas,
centros de informática e similares de uso público, devem dispor de:
a) espaço construído e sinalizado corno
especificado na ABNT NBR 9050;
b) pessoal capacitado para atendimento
de pessoas com deficiência;
c) acervo com versões de obras em meio
sonoro e visual, ou serviços para que a versão alternativa seja obtida e
utilizada, tais como: • programa de ampliação de tela; • sistema de leitura de
tela, sintetizador de voz e display Braille; • thermoform e impressora Braille
ou sistema de leitura de tela que tenha interação com linhas Braille; •
scanner, com sistema para reconhecimento ótico de caracteres; • outros
dispositivos facilitadores e adaptados para pessoa com deficiência, como
resenhas gravadas em vídeo ou DVD, com a informação cultural e social; • obras
da literatura interpretadas em LIBRAS, Braille ou formato Daisy.
Biblioteca acessível x Biblioteca adaptada
A biblioteca acessível engloba a questão
da acessibilidade física e virtual, o serviço de referência adequado e o
trabalho sobre as habilidades dos usuários, no uso da informação, para
que cheguem ao acesso intelectual.
A biblioteca adaptada é aquela com as
regras do desenho universal para a acessibilidade física aplicada, ou
seja, rampas, banheiros adaptados, elevadores, maçanetas do tipo
alavanca, sinaleiras Braille, entre outras.
Proposta de uma metodologia para estruturação de serviços
informacionais, para usuários cegos e com visão subnormal (adaptável a outras
deficiências).
a) Conhecer o usuário a que se destina o
serviço: • fazendo o levantamento dos alunos com deficiência matriculados na
instituição; • utilizando os estudos de usuários e seus instrumentos de coleta
de dados para se ter uma imagem prévia do usuário a ser atendido.
b) conhecer políticas,
legislações, normas que possam prover ou interferir no processo; • É
imprescindível conhecer as políticas, normas e leis não só da instituição, mas
também do município, estado e país, além da normalização internacional. Também
é preciso conhecer diferenças e relações entre conceitos básicos que circundam
a questão e buscar trocas e parcerias com outras universidades e organizações.
c) Conhecer a área física a ser
disponibilizado o serviço: • O planejamento do espaço dedicado a usuários
deficientes deve ser pensado por uma equipe composta pelo gestor da biblioteca,
engenheiros, arquitetos e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho, tendo como documento norteador a norma NBR 9050/04,
que trata da Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos
Urbanos.
d) Conhecer as técnicas e
tecnologias a serem aplicadas: C • formando um grupo de trabalho entre
biblioteca e Assessoria de Tecnologia da Informação; • identificando quais as
TIC necessárias para o serviço de informação e quais a biblioteca já possui; •
identificando fornecedores e orçando o valor a ser investido; • após obtenção
dos recursos, verificando junto à equipe da BU quais os colaboradores que irão
manusear as tecnologias e possíveis técnicas necessárias para colocá-las em
funcionamento; • verificando qual o conhecimento dos usuários quanto as TIC
associadas ao ato da pesquisa e leitura a partir do uso das mesmas.
e) Conhecer as necessidades
informacionais versus acervo: • colocando a bibliografia básica dos cursos em
formatos acessíveis para pessoas com deficiência; • estabelecendo com
professores e/ou coordenadores de cursos um cronograma relacionando datas e
bibliografias a serem estudadas, com atenção ao tempo necessário para que a
conversão seja efetuada.
f) Conhecer recursos humanos para
efetivar o serviço: • É preciso preparar, capacitar e engajar pessoas para
composição de uma equipe capaz de “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”,
“aprender a interagir com usuários”.
g) Conhecer os possíveis
mecanismos de medição e avaliação do serviço; • Considerar a relação
eficácia, custo-eficácia e custo benefício, através dos itens: 1. Pessoal; 2.
Materiais consumidos; 3. Equipamentos e mobiliários; 4. Espaço ocupado e sua
manutenção, 5. Distribuição; 6. Meios de comunicação utilizados; 7. Acervo
(físico e intangível); 8. Identificação de custos adicionais.
h) Avaliar os passos. •
Considerar se houve uma lacuna entre o ideal e a eficácia conseguida pelo
realizável através das ações implantadas.
O livro digital para a promoção da acessibilidade
A Lei nº. 10.753/03, que estabelece a
Política Nacional do Livro, garante o acesso da pessoa com deficiência
visual ao livro acessível. O livro em formato digital tem seu acesso
estendido a outras pessoas como os portadores de Mal de Parkinson e Dislexia,
pois elimina a necessidade de manusear suas páginas impressas ou correr
os olhos linha a linha, ações substituídas pelo leitor de tela.
A Lei 9.610, de 19/02/1998 de Isenção do
Direito Autoral, no CAPÍTULO IV Das Limitações aos Direitos Autorais
prescreve: “Art. 46 Não constitui ofensa aos direitos autorais: ... I –
a reprodução: ... d.) de obras literárias, artísticas ou científicas,
para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução,
sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro
procedimento em qualquer suporte para esses destinatários.”
A partir de 1994 as principais bibliotecas
produtoras de livrosem Braille passaram a trabalhar em conjunto para
estabelecer uma norma internacional para a produção de livros digitais
falados e em Braille. Este padrão da nova geração de livros digitais
é chamado “Digital Accessible Information System” - DAISY.
O padrão DAISY é uma modalidade de livro
acessível digital em formato DTB (Digital Talking Book) que integra
recursos de leitura visual, sincronizada a narração em áudio. Inclui
navegabilidade plena (anotações, marcadores e apresentação de imagens),
dando ao usuário a possibilidade de inserção de marcas, mudança de
frase, parágrafo, seção, capítulo, página, ir para frente, para trás,
navegando pelo documento de forma suave e mantendo o sincronismo entre a
voz e o texto escrito.
Alguns programas para leitura de livros Daisy
FSReader (Freedom Scientific Reader):
leitor de livros digitais da família JAWS, vem instalado por padrão
desde a versão 6.0 do leitor de telas JAWS. Não faz a conversão para o
padrão Daisy. Prós: Integração com o JAWS, interface simples e fácil de usar.
Contras: Software proprietário; não permite personalização de configurações.
Dorina Daisy Reader (DDReader): desenvolvido pela Fundação Dorina
Nowillpara Cegos, também funciona como extensão do Firefox. Prós: Brasileiro;
gratuito; lê em português, inglês e espanhol. Contras: Não faz a conversão para
o padrão Daisy, apenas a leitura.
MECDaisy: Desenvolvido por meio de
parceria do Ministério da Educação com o Núcleo de Computação Eletrônica
da Universidade Federal do Rio de Janeiro - NCE/UFRJ - o Mecdaisy
possibilita a geração de livros digitais falados e sua reprodução em
áudio. Prós: Brasileiro; gratuito, faz a conversão e a leitura de livros no
padrão Daisy. Contras: Não faz a conversão para o padrão Daisy, apenas a leitura.
Conversor de documentos do Word para
DAISY Daisy Translator: Plugin gratuito a ser baixado e instalado no editor de
textos Word. Após a instalação do plugin, no Windows 2003, surgirá no Menu
Arquivo a opção para exportar o documento no formato DAISY. No Windows 2007,
aparecerá a aba “Suplementos”, com a opção “Save as DAISY”.
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