quinta-feira, 20 de agosto de 2020

BIBLIOTECAS DIGITAIS

 

Material para estudo - Informática

 

O conceito de biblioteca digital ainda não é único e nem definitivo, mas uma das definições correntes é que a informação que ela contém existe apenas na forma digital, podendo residir em meios diferentes de armazenagem e ser acessada tanto em locais específicos quanto remotamente pelas redes de computadores.

 

Outros termos são usados na literatura referindo-se a bibliotecas digitais, como, repositórios digitais, bibliotecas virtuais, bibliotecas eletrônicas, repositórios institucionais. Mesmo tendo suas especificidades, todos possuem o mesmo objetivo: o compartilhamento de informações digitais.

 

Sistemas de biblioteca digital são usados para o armazenamento e disponibilização de objetos digitais de forma remota. Universidades fazem uso intenso desses sistemas, para publicação de sua produção local, que também têm potencial de desempenhar papel importante em cursos de Educação à Distância (EAD). A legislação brasileira, pelo “Decreto nº 5.622, de 9 de novembro de 2005”, estabelece que cursos nessa modalidade devem oferecer bibliotecas adequadas, com acervo on-line que atendam a seus estudantes.

 

Características das Bibliotecas Digitais

• Acesso remoto pelo usuário, por meio de um computador conectado a uma rede;

• Utilização simultânea de um documento por uma ou mais pessoas;• Inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro de informação;

• Possibilidade de acessar não somente a referência bibliográfica, mas também o documento completo;

• Provisão de acesso em linha a outras fontes externas de informação (bibliotecas, museus, bancos de dados, instituições públicas e privadas);

• Utilização de maneira que a biblioteca local não necessite ser proprietária do documento solicitado pelo usuário;• Utilização de diversos suportes de registro da informação tais como texto, som, imagem e números;

• Existência de unidade de gerenciamento do conhecimento, que inclui sistema inteligente ou especialista para ajudar na recuperação de informação mais relevante.

“As Bibliotecas Digitais são sistemas de informação que propiciam criação, gestão, distribuição e preservação de fontes complexas de informação. Seu objetivo é permitir uma interação eficaz e eficiente dos usuários que se beneficiam do seu conteúdo e serviços. Para que se possa atingir o grau desejado de satisfação do usuário não pode-se ignorar a acessibilidade web.

 

O espaço digital passou, assim, a ser a via mais transitável porto das as pessoas que procuram informações e dispõem de acesso à Internet e aos computadores. E este pode ser um espaço mais socialmente inclusivo, caso ofereça acessibilidade a todos, respeitando suas capacidades e limitações.

A Declaração dos Direitos da Pessoa Usuária dos Serviços Prestados por Profissionais da Informação, pela Federação Internacional das Associações de Bibliotecários (IFLA), em 29 de março de 1999,conclama os bibliotecários a: “garantirem e facilitarem o acesso a todas as manifestações do conhecimento e da atividade intelectual; a adquirirem, preservarem e tornarem acessíveis a mais ampla variedade de materiais que reflitam a pluralidade e a diversidade da sociedade”.

 

Não devemos pensar apenas na acessibilidade das páginas Web de uma biblioteca digital, mas também do conteúdo disponibilizado a partir desta e nas tecnologias assistivas que mediam o acesso a elas:

Documentos PDF podem não ser acessíveis a leitores de tela d dependendo da forma como foram gerados,

 vídeos devem ter legendas e/ou transcrição para LIBRAS,

arquivos de áudio devem ser disponibilizados também no formato texto para que sejam acessíveis a pessoas com surdez.

 

Conforme a NBR 15599/08, as bibliotecas, centros de informática e similares de uso público, devem dispor de:

a) espaço construído e sinalizado corno especificado na ABNT NBR 9050;

b) pessoal capacitado para atendimento de pessoas com deficiência;

c) acervo com versões de obras em meio sonoro e visual, ou serviços para que a versão alternativa seja obtida e utilizada, tais como: • programa de ampliação de tela; • sistema de leitura de tela, sintetizador de voz e display Braille; • thermoform e impressora Braille ou sistema de leitura de tela que tenha interação com linhas Braille; • scanner, com sistema para reconhecimento ótico de caracteres; • outros dispositivos facilitadores e adaptados para pessoa com deficiência, como resenhas gravadas em vídeo ou DVD, com a informação cultural e social; • obras da literatura interpretadas em LIBRAS, Braille ou formato Daisy.

 

Biblioteca acessível x Biblioteca adaptada

A biblioteca acessível engloba a questão da acessibilidade física e virtual, o serviço de referência adequado e o trabalho sobre as habilidades dos usuários, no uso da informação, para que cheguem ao acesso intelectual.

A biblioteca adaptada é aquela com as regras do desenho universal para a acessibilidade física aplicada, ou seja, rampas, banheiros adaptados, elevadores, maçanetas do tipo alavanca, sinaleiras Braille, entre outras.

 

Proposta de uma metodologia para estruturação de serviços informacionais, para usuários cegos e com visão subnormal (adaptável a outras deficiências).

a) Conhecer o usuário a que se destina o serviço: • fazendo o levantamento dos alunos com deficiência matriculados na instituição; • utilizando os estudos de usuários e seus instrumentos de coleta de dados para se ter uma imagem prévia do usuário a ser atendido.

 

b) conhecer políticas, legislações, normas que possam prover ou interferir no processo; • É imprescindível conhecer as políticas, normas e leis não só da instituição, mas também do município, estado e país, além da normalização internacional. Também é preciso conhecer diferenças e relações entre conceitos básicos que circundam a questão e buscar trocas e parcerias com outras universidades e organizações.

 

c) Conhecer a área física a ser disponibilizado o serviço: • O planejamento do espaço dedicado a usuários deficientes deve ser pensado por uma equipe composta pelo gestor da biblioteca, engenheiros, arquitetos e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, tendo como documento norteador a norma NBR 9050/04, que trata da Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos.

 

d) Conhecer as técnicas e tecnologias a serem aplicadas: C • formando um grupo de trabalho entre biblioteca e Assessoria de Tecnologia da Informação; • identificando quais as TIC necessárias para o serviço de informação e quais a biblioteca já possui; • identificando fornecedores e orçando o valor a ser investido; • após obtenção dos recursos, verificando junto à equipe da BU quais os colaboradores que irão manusear as tecnologias e possíveis técnicas necessárias para colocá-las em funcionamento; • verificando qual o conhecimento dos usuários quanto as TIC associadas ao ato da pesquisa e leitura a partir do uso das mesmas.

 

e) Conhecer as necessidades informacionais versus acervo: • colocando a bibliografia básica dos cursos em formatos acessíveis para pessoas com deficiência; • estabelecendo com professores e/ou coordenadores de cursos um cronograma relacionando datas e bibliografias a serem estudadas, com atenção ao tempo necessário para que a conversão seja efetuada.

 

f) Conhecer recursos humanos para efetivar o serviço: • É preciso preparar, capacitar e engajar pessoas para composição de uma equipe capaz de “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a interagir com usuários”.

 

g) Conhecer os possíveis mecanismos de medição e avaliação do serviço; • Considerar a relação eficácia, custo-eficácia e custo benefício, através dos itens: 1. Pessoal; 2. Materiais consumidos; 3. Equipamentos e mobiliários; 4. Espaço ocupado e sua manutenção, 5. Distribuição; 6. Meios de comunicação utilizados; 7. Acervo (físico e intangível); 8. Identificação de custos adicionais.

 

h) Avaliar os passos. • Considerar se houve uma lacuna entre o ideal e a eficácia conseguida pelo realizável através das ações implantadas.

 

O livro digital para a promoção da acessibilidade

A Lei nº. 10.753/03, que estabelece a Política Nacional do Livro, garante o acesso da pessoa com deficiência visual ao livro acessível. O livro em formato digital tem seu acesso estendido a outras pessoas como os portadores de Mal de Parkinson e Dislexia, pois elimina a necessidade de manusear suas páginas impressas ou correr os olhos linha a linha, ações substituídas pelo leitor de tela.

A Lei 9.610, de 19/02/1998 de Isenção do Direito Autoral, no CAPÍTULO IV Das Limitações aos Direitos Autorais prescreve: “Art. 46 Não constitui ofensa aos direitos autorais: ... I a reprodução: ... d.) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários.”

 

A partir de 1994 as principais bibliotecas produtoras de livrosem Braille passaram a trabalhar em conjunto para estabelecer uma norma internacional para a produção de livros digitais falados e em Braille. Este padrão da nova geração de livros digitais é chamado “Digital Accessible Information System” - DAISY.

 

O padrão DAISY é uma modalidade de livro acessível digital em formato DTB (Digital Talking Book) que integra recursos de leitura visual, sincronizada a narração em áudio. Inclui navegabilidade plena (anotações, marcadores e apresentação de imagens), dando ao usuário a possibilidade de inserção de marcas, mudança de frase, parágrafo, seção, capítulo, página, ir para frente, para trás, navegando pelo documento de forma suave e mantendo o sincronismo entre a voz e o texto escrito.

 

Alguns programas para leitura de livros Daisy

FSReader (Freedom Scientific Reader): leitor de livros digitais da família JAWS, vem instalado por padrão desde a versão 6.0 do leitor de telas JAWS. Não faz a conversão para o padrão Daisy. Prós: Integração com o JAWS, interface simples e fácil de usar. Contras: Software proprietário; não permite personalização de configurações. Dorina Daisy Reader (DDReader): desenvolvido pela Fundação Dorina Nowillpara Cegos, também funciona como extensão do Firefox. Prós: Brasileiro; gratuito; lê em português, inglês e espanhol. Contras: Não faz a conversão para o padrão Daisy, apenas a leitura.

 

MECDaisy: Desenvolvido por meio de parceria do Ministério da Educação com o Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro - NCE/UFRJ - o Mecdaisy possibilita a geração de livros digitais falados e sua reprodução em áudio. Prós: Brasileiro; gratuito, faz a conversão e a leitura de livros no padrão Daisy. Contras: Não faz a conversão para o padrão Daisy, apenas a leitura.

 

Conversor de documentos do Word para DAISY Daisy Translator: Plugin gratuito a ser baixado e instalado no editor de textos Word. Após a instalação do plugin, no Windows 2003, surgirá no Menu Arquivo a opção para exportar o documento no formato DAISY. No Windows 2007, aparecerá a aba “Suplementos”, com a opção “Save as DAISY”.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A INDUSTRIALIZAÇÃO NO MUNDO

 A Industrialização ocorre seguindo modelos e formas diferenciadas em todo o mundo.


industrialização consiste em transformar um determinado espaço geográfico a partir da construção de indústrias e de empresas direta e indiretamente ligadas a essas indústrias. Esse fenômeno humano é importante por provocar profundas alterações socioespaciais, tanto acelerando a urbanização e o êxodo rural quanto alterando drasticamente a maneira de exploração e utilização dos recursos naturais.

Quando se aborda a questão da industrialização mundial, fala-se de um processo que se manifestou de forma extremamente desigual pelo globo. Enquanto os países de industrialização clássica desenvolveram-se tecnologicamente a partir de meados do século XVIII e ao longo do século XIX, os países de industrialização tardia vivenciaram esse fenômeno apenas a partir do século XX, enquanto alguns deles ainda sequer podem ser considerados como territórios industrializados.

A Inglaterra foi o país que primeiro se desenvolveu nesse sentido, na chamada Primeira Revolução Industrial. Antes disso ocorrer, eram conhecidos apenas o artesanato e a manufatura, não existindo um processo produtivo sistematizado e guiado pela presença de maquinários, como ocorre nas fábricas.

Na Primeira Revolução Industrial, as técnicas baseavam-se na operação da máquina a vapor, cuja fonte de energia principal era o carvão. Essa etapa ocorreu na Europa e provocou profundas alterações no espaço das cidades, que passaram a crescer de forma acelerada em virtude da grande oferta de empregos e da mecanização do campo, que foi um dos fatores que provocaram o êxodo rural (migração em massa da população do campo para as cidades).

Na Segunda Revolução Industrial, a tecnologia conheceu um novo ciclo de inovação, e o petróleo tornou-se a principal fonte de energia, algo que ocorre até hoje, mesmo com as inovações industriais posteriores. A mão de obra passou a ser mais qualificada, uma vez que as formas de produção tornaram-se mais complexas, com maquinários movidos a energia elétrica e com um maior grau de complexidade. Nesse período também foi dominante o modelo de produção fordista, caracterizado pelo trabalho repetitivo nas fábricas e uma produção em grandes quantidades.

A partir da segunda metade do século XX, o mundo conheceu uma nova etapa: a Terceira Revolução Industrial ou Revolução técnico-científica informacional. Esse processo de desenvolvimento ainda se encontra em curso e é responsável pela informatização das sociedades e pelo desenvolvimento dos transportes, comunicação, biotecnologia e informação. Com isso, as chamadas multinacionais ou empresas globais conseguiram se disseminar pelo mundo, propiciando a industrialização de países subdesenvolvidos, que, antes disso, produziam apenas matérias-primas para as nações desenvolvidas.

Nesse contexto, fala-se do encurtamento das distâncias e da aceleração das atividades, naquilo que se denominou por compressão espaço-tempo. Com isso, o fordismo foi substituído pelo toyotismo em que não há mais a produção em massa, e sim conforme a demanda pelas mercadorias. Além disso, o trabalho deixou de ser repetitivo, mas sim flexibilizado, com um mesmo empregado desempenhando várias funções ao longo da cadeia produtiva.

Como reflexo do desenvolvimento industrial, percebemos que os países considerados desenvolvidos são justamente aqueles que primeiro se industrializaram. Com isso, seus espaços geográficos sociais, apesar de ainda apresentarem contradições e desigualdades, são mais modernos em relação aos países periféricos ou em desenvolvimento. Além disso, mesmo com as grandes multinacionais se espalhando por todo o mundo, são os países ricos que abrigam suas sedes – sobretudo as chamadas Cidades Globais, como Nova York e Londres – e dominam as principais formas de tecnologia.


As indústrias atuam na transformação de matérias-primas em mercadorias

Publicado por: Rodolfo F. Alves Pena

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

NOVA ORDEM MUNDIAL

 GEOGRAFIA

Denomina-se por Nova Ordem Mundial o campo político mundial após a Guerra Fria.

Nova Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano geopolítico internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria.

Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano político.

A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito.

A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.

Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de poder econômico.

Mudanças na hierarquia internacional

Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada.

A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo.

É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países do Norte.

No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.

A “Guerra ao terror”

Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica do mundo. Apesar de a Rússia ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país mergulhou em uma profunda crise ao longo dos anos 1990 e início dos anos 2000, o que não permitiu que o país mantivesse a conservação de seu arsenal, pois isso custa muito dinheiro.

Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos investimentos em armamentos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os atentados de 11 de Setembro, atribuídos à organização terrorista Al-Qaeda.


A tragédia de 11 de Setembro vitimou centenas de pessoas, mas motivou os EUA a gastarem ainda mais com armas. ¹

Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma frenética Guerra ao Terror, em que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se direcionaram à invasão do Afeganistão, em 2001, sob a alegação de que o regime Talibã que governava o país daria suporte para a Al-Qaeda. Em segundo, com a perseguição dos líderes dessa organização terrorista, com destaque para Osama Bin Laden, que foi encontrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.

O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a estabelecer uma guerra contra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de combater, uma vez que armas de destruição em massa não podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam e se escondem em meio à população civil de inúmeros países.

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¹Fonte da imagemKen Tannenbaum e Shutterstock


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia

 


 

As bandeiras, respectivamente, da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão, principais atores da Nova Ordem Mundial

PENA, Rodolfo F. Alves. "Nova Ordem Mundial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nova-ordem-mundial.htm. Acesso em 11 de agosto de 2020.


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MOVIMENTOS SOCIAIS CLÁSSICOS E CONTEMPORÂNEOS

 Material de Sociologia sugerido para 2º Ano do Ensino Médio

Movimentos sociais

Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. Em geral, o grito levantado pelos movimentos sociais representa a voz de pessoas excluídas do processo democrático, que buscam ocupar os espaços de direito na sociedade.

Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na sociedade de direitos. Os primeiros movimentos sociais visavam resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito ao voto. Hoje, os movimentos sociais baseiam-se, em grande parte, nas pautas identitárias que representam categorias como gênero, raça e orientação sexual.

 

Características dos movimentos sociais

Ao pensar-se nos movimentos sociais à luz de pensadores da filosofia e da sociologia, é impossível apontar um consenso. O cientista político italiano Gianfranco Pasquino aponta a impossibilidade de estabelecer-se uma linha conciliatória entre os que tratam dos movimentos sociais, tendo-se em vista um horizonte de pensadores clássicos.

Nesse sentido e como exemplos, os sociólogos Marx, Weber e Durkheim veem nos movimentos sociais a sustentação de uma revolução, a institucionalização de um novo poder burocrático e até a maior coesão social, respectivamente.


Os movimentos sociais levantam bandeiras de grupos organizados em prol de alguma causa.

Por outro lado, temos pensadores ligados ao conservadorismo, como o polímata francês Gustave Le Bon, o filósofo, sociólogo e criminologista francês Gabriel de Tarde e o filósofo e jornalista espanhol José Ortega y Gasset, que viam nos movimentos sociais um perigo iminente. Para esse grupo, os movimentos sociais, como movimentos de massa, tendem a seguir caminhos irracionais que perturbam a ordem vigente.

Apesar das divergências, existe uma convergência sobre os movimentos sociais: a constatação de tensões sociais e a iminente ruptura de uma mudança social. De qualquer modo, faz-se necessário perceber que há uma antiga história de tensões que representam grandes movimentos sociais do mundo moderno.

Talvez o mais antigo movimento de massas que nós podemos destacar como um princípio de movimento social tenha sido a Queda da Bastilha, que marcou a Revolução Francesa em 1789 e foi responsável pela queda da monarquia absolutista francesa. Outro grande movimento de massa que se tornou um movimento social organizado foi o movimento sufragista, considerado parte da primeira onda do feminismo, movimento organizado por mulheres que reivindicavam o seu direito ao voto e à participação cidadã na política.

Origem dos movimentos sociais

Na passagem do século XIX para o século XX, os sindicatos institucionalizaram-se como coletivos que visavam defender os trabalhadores da exploração patronal, inspirados, principalmente, pelos ideais marxistas. Nesse sentido, surgiu em vários cantos do mundo movimentos sociais em defesa dos trabalhadores, das classes sociais mais baixas, e movimentos socialistas e anarquistas, que visavam uma completa revolução e dissolução da ordem social capitalista.

Na década de 1960, devido às sequelas deixadas pela Segunda Guerra Mundial e ao clima de polarização mundial causado pela Guerra Fria, novos coletivos, ações e movimentos surgiram por todo o mundo. As pautas dos movimentos sociais passaram a diversificar-se a partir desse momento. Nos Estados Unidos e na África do Sul, a população negra revoltou-se contra o injusto sistema de segregação racial que garantia privilégios à população branca e retirava os direitos da população negra, tratando esta camada como uma horda de cidadãos inferiores.

As mulheres também se organizaram em coletivos para lutar por seus direitos, buscando a liberdade sexual e o tratamento igualitário entre os gêneros (essa ficou conhecida como a segunda onda do movimento feminista).

população LGBTQ+ também entrou em cena para reivindicar o direito de expressar-se livremente e de não ser julgada ou segregada por isso. Um episódio marcado por um espontâneo movimento de massa que gerou um grande movimento social foi o ocorrido no bar Stonnewall Inn, em Nova Iorque, que resultou em confronto com a polícia e deu origem à Parada do Orgulho Gay, hoje chamada de Parada do Orgulho LGBTQ+, que ocorre em várias cidades pelo mundo.

Presa injustamente na década de 1970, a filósofa Angela Davis tornou-se símbolo da luta pelos direitos da população negra e das mulheres.

O mundo passou por severas mudanças a partir da década de 1960, período em que as minorias saíram às ruas para lutarem por seus direitos. A partir daí, vários movimentos sociais começam a eclodir pelo mundo, sempre em busca de uma organização que visasse a inclusão de pessoas excluídas e sempre se diferenciando de acordo com as especificidades de cada local.

 

No Brasil

Um exemplo de localidade da luta social ocorre no Brasil com movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido como Movimento dos Sem-Terra). O Brasil é um país que, ao contrário dos países desenvolvidos, nunca produziu uma eficaz reforma agrária.

O MST é um forte movimento que luta pela reforma agrária no Brasil.

O número de pessoas que não têm acesso à terra para o trabalho rural ou não têm o seu direito à moradia garantido é gigantesco, o que torna a pauta desses movimentos uma questão emergente por aqui. Nesse sentido, tendo em vista as demandas específicas de nosso país, criaram-se movimentos organizados para lutar-se pelas demandas que nosso povo enfrenta.

 

Como os movimentos sociais funcionam

É impossível estabelecer uma fórmula única de funcionamento dos movimentos sociais, visto que eles são diversos, defendem pautas distintas e têm diferentes demandas de acordo com a sua localidade geográfica e seu tempo histórico. No entanto, algumas características podem ser elencadas como modos comuns de funcionamento deles.

* Muitos movimentos sociais eclodem de movimentos e rebeliões de massa, como foi o caso do movimento LGBTQ+, de grupos do movimento negro, como os Panteras Negras, nos Estados Unidos, e do MST, no Brasil.

* Eles podem ser constituídos por diversos grupos que lutam pela mesma causa, como o movimento feminista, que tem vertentes diferentes, o movimento negro, que é formado por um amplo conjunto de coletivos, e o movimento LGBTQ+. No entanto, cada grupo ou célula desses movimentos tem suas formas de organizar-se para promover a militância social.

* Eles unem as pessoas em torno de uma causa comum.

* Eles visam uma reestruturação social que inclua os seus interessados no poder comum e garanta-os seus direitos de cidadãos.

Exemplos de movimentos sociais

* Movimento dos trabalhadores rurais sem terra

* Movimentos feministas

* Movimentos antirracistas

* Movimentos ambientalistas (como o WWF e o Greenpeace)

* Movimentos de união de comunidades e periferia, como o Nós do Morro — que luta contra o racismo, a desigualdade social e a exclusão dos moradores de periferias.

* Movimentos de luta contra a homofobia e a transfobia, como o movimento LGBTQ+

Por Francisco Porfírio
Professor de Sociologia


AS PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA E A INVESTIGAÇÃO SOCIAL

 Material de Sociologia sugerido para 1º Ano do Ensino Médio

AUGUSTE COMTE

Auguste Comte (1798-1857) está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia.

O contexto histórico em que esse pensador viveu é marcado por "anarquias" e "desordem", os regimes despóticos e as consequentes revoluções eram frequentes.

Esses acontecimentos levaram a população a uma insatisfação com a política generalizada, chegando a beirar a descrença. Situação que culminou com uma crise dos valores tradicionais.

 

•Pensador inteiramente conservador, ou seja, um defensor sem ambiguidades da nova sociedade. Sua Motivação repousa no estado de “anarquia” e “desordem” de sua época, a França do século XIX, período marcado por um profundo caos social. E ao se deparar com essa realidade se propõe a pensar a sociedade  de forma científica com o objetivo de restabelecer a coesão e equilíbrio social, mas para isso é necessário ordem.

Segundo Viana (2006), ele é “uma doutrina que postula entre outras coisas, a necessidade de utilizar o

modelo das ciências naturais e aplicá-los ao estudo da sociedade”

.

Derivado do ‘cientificismo’, isto é, da crença no poder dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza e do próprio universo. Com este conhecimento pretendia-se substituir as explanações teológicas, filosóficas e de senso comum por meio das quais – até então – o homem explicara a realidade e sua participação nela.

 

  A sociologia de Comte apresenta dois elementos fundamentais: 

 

  A doutrina dos três estados refere-se a “descoberta” da lei do desenvolvimento da mente humana, ou seja, o processo evolutivo do ser humano caracterizado por três estados/estágios.

 

  ESTADO METAFÍSICO: Esse estado, Comte conceituou como sendo aquele em que a ignorância social e a total descrença em um Deus criaria explicações misteriosas para os fatos.

 

Ex:  A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica" do ar 

 

ESTADO POSITIVO: Esse último seria o estado cientificista, que buscava explicações científicas para os fatos que ocorriam. Seria definido como a busca pela explicação de tudo que ocorre na natureza, o uso da razão, a desmistificação de todos os fenômenos. A natureza passaria a ser estudada e explicada com um enfoque científico, e não mais com enfoque religioso ou místico.

 

  Poderíamos comparar os estados com períodos da história da humanidade: 

 

O primeiro, teológico, poderíamos ligar ao período pré-renascimento, antes da reforma religiosa, onde todos os fatos eram atribuídos a Deus e a Igreja detinha o controle social. 

         

  O segundo, metafísico, poderia ser comparado ao período das Grandes Navegações, quando os mares, natureza e floresta eram tratados com misticismo e receio por parte dos europeus.

 

  Ao fim, o estado Positivo seria o que estamos vivendo desde o Iluminismo até os dias atuais, onde se crê na ciência como forma de explicação da totalidade dos fenômenos, sejam naturais, sociais, etc.

             

  Classificação das ciências; baseada na hipótese que as ciências tinham se desenvolvido a partir da compreensão de princípios simples e abstratos, para daí chegarem à compreensão de fenômenos complexos e concretos. 

  A ciência se desenvolveria a partir da matemática, da astronomia, da física, e da química para atingir o campo mais complexo da biologia e finalmente da sociologia. 

  De acordo com Comte, esta última disciplina, a Sociologia, não somente fechava a série, mas também reduziria os fatos sociais a leis científicas, e sintetizaria todo o conhecimento humano, como ápice de toda a ciência.

  Em ordem crescente:

-> Matemática -> astronomia -> física -> química -> biologia -> sociologia.

         

  Para Comte, as sociedades possuíam aspectos que ele denominou Estático e Dinâmico. Estes estão relacionados à ordem e ao progresso. 

 

  O aspecto Estático está relacionado ao que Comte entendia por fatores que deveriam permanecer nas sociedades como mecanismos integralizadores, ou seja, instituições moralizadoras e estruturantes da sociedade. Dessa forma o aspecto Estático está diretamente relacionado à ordem.

 

Por sua vez, o aspecto Dinâmico é natural e necessário a toda e qualquer cultura, este se relaciona ao progresso. Progresso desde o ponto de vista da intelectualidade, as leis dos três estados, ao progresso produtivo propriamente dito. Portanto, para Comte a sociedade Europeia Capitalista com produção industrial (civilizada) e a ciência se estabelecendo como dominadora de toda a verdade é o modelo máximo para toda e qualquer cultura, reproduzindo o eurocentrismo.

 

            Estático: estuda a harmonia prevalecente entre as diversas condições de existência, o qual estabelece a Ordem.

 

            Dinâmico: investiga o desenvolvimento ordenado da sociedade e estabelece as leis do Progresso.

 

Manter a Ordem significa acalmar as revoltas sociais, legítimas ou não, em nome do Progresso, e nesse caso, o progresso do capitalismo. Dessa maneira, qualquer reinvindicação que tenha, pelo menos, aparência de revolta deve ser contida pela força militar, já que a religião e outras instituições sociais não têm cumprido bem seu papel, com isso chegamos a outra conclusão do pensamento positivista de Comte.

 

·         Ordem e progresso é o lema da bandeira brasileira, isso porque o positivismo ganhou expressividade a partir de 1870 influenciando na política nacional. 

 

·         No Brasil a influência do positivismo de Comte traduziu-se não só no ideário de nossos republicanos, mas nas ações políticas que acompanharam a Proclamação da República. Entre elas, a separação entre igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos mais influentes positivistas brasileiros.

 

Os positivistas participaram do movimento pela Proclamação da República, em 1889, e na Constituição de 1891, e por sua influência a Bandeira brasileira passou a ostentar o lema clássico do positivismo.

 

ÉMILE DURKHEIM

            Vivendo no período que vai da segunda metade do século XIX até o final da Primeira Guerra Mundial, foi contemporâneo dos acontecimentos significativos do período.

  Faz uma leitura conservadora da crise social do seu tempo, acreditando ser provocada pelo desregramento, que seria resolvida com a formação de instituições públicas capazes de se impor aos membros da sociedade e eliminar os conflitos.

 

Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da sociedade capitalista. O principal representante do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este pensador estabelece uma analogia entre a sociedade e o organismo biológico

humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada instituição ou pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização social de dependência e complementaridade das atividades sociais, assim a sociedade é um todo organizado e harmônico.

 

Para Durkheim a sociedade é semelhante a um organismo vivo, e, para que ele funcione perfeitamente é necessário que cada uma de suas partes (órgãos) cumpra bem a função que lhe cabe exercer. A exemplo do que ocorre com os seres vivos, a sociedade, para bem funcionar, precisa que cada um de seus membros (os indivíduos) cumpra a contento sua função na sociedade. Isso demonstra, na teoria sociológica de Émile Durkheim, que as partes cumprem sua função em vista do todo, ou seja, os indivíduos trabalham (realizam sua função) em vista do bem social. 

 

A sociedade, como um organismo vivo, possui dois estados de existência: o estado normal e o estado patológico ou doentio. O estado normal refere-se aos acontecimentos (fatos sociais)regulares de uma sociedade, isto é, tudo aquilo que está dentro do esperado, do planejado, do aceitável. O estado patológico designa fatos, comportamentos considerados doentios, prejudiciais à harmonia e ao consenso, estando, portanto, fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. O sociólogo define a sociedade atual como patológica, por não exercer mais sua função social de frear moralmente os indivíduos. 

 

            Fato social consiste em “maneira coletivas de penar sentir e agir, exteriores ao indivíduo e dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem.”

            Seguindo essas ideias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da sociologia, é justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos fatos estudados por outras ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais) ou no indivíduo (na psicologia).

 

 

Para Émile Durkheim a sociedade é um conjunto de normas e regras de ação (conduta),pensamento e sentimento que orientam a vida em sociedade. Essas regras existem na consciência de cada indivíduo e também existem socialmente, pois são aceitas por todos os membros da sociedade. Portanto, para ele, a sociedade está acima dos interesses particulares dos indivíduos, embora seja uma construção das consciências individuais combinadas e sintetizadas. A sociedade exerce uma coerção (obrigação) sobre o indivíduo amoldando-o aos modos de agir, pensar e sentir de seu grupo social. Essa adequação do indivíduo às normas e regras é feita.

 

através da “instituição educacional”, onde toda a sociedade é responsável por fazer com que seus membros aprendam as regras necessárias à organização da vida social. O melhor exemplo são as leis, que existem para, de modo coercitivo (proibindo e punindo),organizarem a vida em conjunto; mas não são criadas ou modificadas pelo indivíduo isolado, e, sim pelas gerações de homens que, coletivamente, as elaboram e/ou reformulam.

 

Esses fatos sociais têm três características básicas que permitirão sua identificação na realidade, elas são:

            1ª. Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;

            2ª. Exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade. Isto é, consistem em ideias, normas ou regras de conduta que não são criadas isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já existem fora de nós quando nascemos.

            3ª. Coercitividade – os indivíduos veem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque essas ideias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso não acontece, se alguém desobedece a elas, é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.

 

É justamente a educação um dos exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que é um fato social. O indivíduo, segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam as regras necessárias à organização da vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social é perpetuado, apesar da morte dos indivíduos.

OS GRUPOS SOCIAIS

1. Os grupos sociais Grupo social: á a reunião de duas ou mais pessoas, interagindo umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunt...