terça-feira, 8 de setembro de 2020

JUVENTUDE E CONSUMO: A INFLUÊNCIA EXACERBADA DA MÍDIA

 

Desenvolvimento Humano Escrito por: Juliene Aparecida Alves Felix, Aline Fernandes Simplício, Sandra Mary Duarte, Lielton Maia Silva

 

A juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, multiplicidades e diferenças (AUGUSTIN e GEARA, 2014).

O termo juventude parece ser privilegiado no campo das teorias sociológicas e históricas, no qual a leitura do coletivo prevalece. Sendo assim, a juventude só poderia ser entendida na sua articulação com os processos sociais mais gerais e na sua inserção no conjunto das relações sociais produzidas ao longo da história (SILVA e LOPES, 2009).

O consumo desempenha hoje um papel central na vida dos jovens, uma vez que estes usam os padrões de consumo para definir a sua identidade e para se integrar nos diversos grupos sociais (SANTOS, 2004).

Entre as variadas influências do dia a dia de um adolescente, a presença da mídia televisiva pode representar um fator importante na formação da sua personalidade, principalmente no que se refere ao comportamento de consumo (GARROTE, 2015).

 

DIFERENÇAS ENTRE JUVENTUDE E ADOLESCÊNCIA

É importante se entender a diferença entre adolescência e juventude; já que ambas são frequentemente confundidas, quando não são usadas erroneamente como sinônimos. A noção de adolescência surge associada à lógica desenvolvimentista, sendo uma etapa do desenvolvimento que todos passariam obrigatório e similarmente. A juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, multiplicidades e diferenças (AUGUSTIN e GEARA, 2014).

O termo adolescência parece estar mais vinculado às teorias psicológicas, considerando o indivíduo como ser psíquico, pautado pela realidade que constroi e por sua experiência subjetiva. Ao passo que o termo juventude parece ser privilegiado no campo das teorias sociológicas e históricas, no qual a leitura do coletivo prevalece. Sendo assim, a juventude só poderia ser entendida na sua articulação com os processos sociais mais gerais e na sua inserção no conjunto das relações sociais produzidas ao longo da história (SILVA e LOPES, 2009).

De acordo com Falcão e Kovaleski (2014), adolescência e juventude são condições sociais parametrizadas por uma faixa etária. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que o adolescente é o indivíduo entre 12 e 18 anos incompletos. Já o termo jovem costuma ser utilizado para designar a pessoa entre 15 e 29 anos. Assim, podem ser considerados jovens os adolescentes-jovens (entre 15 e 17 anos), os jovens-jovens (com idade entre 18 e 24 anos) e os jovens adultos (faixa-etária dos 25 aos 29 anos).

CARACTERIZANDO CONSUMO

A atividade econômica tem como objetivo a produção de bens e serviços que se destinam à satisfação das necessidades. É através do consumo que o homem satisfaz as suas necessidades. Podemos dizer que o consumo consiste na utilização de um bem ou de um serviço para a satisfação de uma necessidade (NUNES, 2008).

Ainda de acordo com o autor, o consumo não é apenas um ato econômico, é, também, um ato social que reflete hábitos, costumes sistemas de valores, etc. São muitos os fatores que influenciam o consumo. Estes fatores podem ser econômicos e sociais.

A complexidade da ação de comprar torna-se evidente se considerarmos os fatores que estão envolvidos no processo de consumo. O comportamento do consumidor resulta de todas as atividades que se desenvolvem para selecionar e adquirir um produto para a satisfação das suas necessidades, mas também de todo o meio envolvente, que ajudou e ajuda a construir os valores e as motivações que se tornam inerentes ao indivíduo na tomada de decisões (SANTOS, 2004).

 

O CONSUMO NA JUVENTUDE

O consumo desempenha hoje um papel central na vida dos jovens, uma vez que estes usam os padrões de consumo para definir a sua identidade e para integrar-se nos diversos grupos sociais. As melhorias das condições de vida e o fato de os jovens como indivíduos atravessarem uma fase de liberdade, de busca de personalidade e de valores, sem impor restrições a si próprios, tendem a apreciar e valorizar a vida social e o divertimento. Os jovens têm vindo a ganhar cada vez mais relevância nas sociedades, quer como consumidores, quer como influenciador de alterações no pensamento, normas e valores de uma nação. São os jovens que ajudam a estabelecer as tendências do comportamento social através da sua energia, vigorosidade, o seu espírito rebelde e a sua maior abertura para as novidades. A sua importância é traduzida pelo papel marcante que assumem na influência que fazem sentir ao nível dos valores e do consumo de todas as sociedades (SANTOS, 2004).

As fronteiras do consumo no mundo da “Geração D – Nativos digitais” não têm limites. Estar “antenado” ou usar a roupa da ‘galera’ já não fazem parte somente da vida dos jovens e adultos. A luta agora é estar atualizado para fazer parte do grupo. De olho nesta fatia do mercado, o comércio já enxergou a mina de ouro: adolescentes são compradores vorazes e já existem produtos que satisfazem os seus desejos. E os pais (na maioria das vezes) são responsáveis por arcar com as despesas, sejam com boas mesadas ou, em alguns casos, oferecendo ao filho o direito de possuir um cartão de crédito próprio (REIS, 2012).

Além dos aparatos tecnológicos, há também a moda, e a tendência é aquela ditada pelos colegas do grupo ou ídolo preferido. Quer seja o colorido das roupas ou a extravagância dos modelos, o que importa é chamar a atenção. Além dos vestuários, as indústrias apostam também em objetos para que o adolescente se sinta cada vez mais unido ao cantor, à banda, ao filme que gosta. E assim surgem produtos como pôsteres, chaveiros, bolsas, cadernos e diversos outros que estampam os ídolos adolescentes e aumentam o desejo de consumo (REIS, 2012).

Portanto, para caracterizar ou entender o processo de compra dos jovens devemos ter em consideração a importância relativa dos produtos ou mercados para este segmento de consumidores. É importante conhecer as expectativas, as ambições como resultado das influências e motivações que determinam a escolha de determinado produto, de uma marca ou de uma loja específica (SANTOS, 2004).

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA SOBRE O CONSUMO

A mídia invade nosso cotidiano. A criança e o adolescente de hoje não conheceram o mundo de outra maneira - nasceram imersas no mundo com telefone, fax, computadores, televisão, etc. TVs ligadas a maior parte do tempo, assistidas por qualquer faixa etária, acabam por assumir um papel significativo na construção de valores culturais. A cultura do consumo molda o campo social, construindo, desde muito cedo, a experiência da criança e do adolescente que vai se consolidando em atitudes centradas no consumo (CAMPOS e SOUZA, 2003).

Sabe-se que a mídia em geral tem um papel importante no comportamento de consumo das pessoas e o poder que ela tem de influenciar a massa, muda hábitos de consumo, cria novos públicos, novos ídolos, novos produtos e de um dia para outro pode acabar com tudo isso, criando uma situação totalmente diferente da anterior. Isso se deve ao fato, da mídia, principalmente a televisão, trabalhar com modismos, com coisas e situações que façam com que as pessoas se identifiquem com aquilo e passem a comentar (FARIA e RODRIGUES).

A construção da personalidade de um indivíduo reflete a um processo de transformações em sua vida social, na fase da adolescência o contexto social passa a ter uma representatividade ainda maior na formação da personalidade, o adolescente passa a ser sujeito das influências do dia a dia de seu grupo social, absorvendo e filtrando os conhecimentos que adquire cotidianamente, formando valores que farão parte da sua personalidade adulta. Entre as variadas influências do dia a dia de um adolescente, a presença da mídia televisiva pode representar um fator importante na formação da sua personalidade, principalmente no que se refere ao comportamento de consumo (GARROTE, 2015).

A mídia trabalha para que a sua produção de imagens chegue ao indivíduo de maneira que legitime e afirme não só o consumo, mas também os modos de sociabilidade - uma espécie de orientação sobre como viver e se relacionar em sociedade - nelas inseridos. Para isso, a mídia ensina o que, onde, quando e como consumir. A mídia ensina como devemos ser. Por meio de suas representações, o indivíduo pode se reconhecer como protagonista das imagens, espelhando-se nos modelos apresentados, fazendo da imagem midiática algo a ser copiado. A força da mídia parece ser incontestável e, com isso, sua presença no cotidiano ganha "raízes". E é essa força que parece estar escrevendo as linhas da história da nossa sociedade (SAMARÃO e FURTADO, 2015).

 

METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS)

No desenvolvimento deste trabalho foi utilizada pesquisa de natureza básica, que objetiva gerar novos conhecimentos, úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista (GERHARDT e SILVEIRA, 2014).

O desenvolvimento deste trabalho consiste em pesquisas bibliográficas, que segundo Freire (2011), abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. Tendo como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

Nesse estudo foram selecionados 20 artigos sobre juventude e consumo. Os artigos foram pesquisados das bases de dados como Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Com a utilização das palavras chaves: juventude, consumo, mídia. Desses 20 artigos selecionados, foram 11 considerados através dos critérios de seleção: abordagem da influência da mídia sobre o consumo, juventude e consumo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O alvo da mídia publicitária hoje são os jovens que compram demais. Mas o grande fator para eles comprarem é o medo de não ser aceito em determinado grupo de amigos por estar fora da moda, por exemplo. Isto só acontece, porque os jovens estão imaturos e com auto-estima baixa, tendem mais a se influenciar pelo grupo, como forma de auto-afirmação.

A solução não é deixar de consumir, já que temos necessidades. Cabe aos pais desenvolverem uma “alfabetização para a mídia” tendo uma postura investigativa e crítica diante de tudo o que a mídia nos impõe; ter uma postura de não aceitação passiva levará à consciência do que realmente somos e buscamos.

Esse estudo nos possibilitou a compreensão de que a mídia possui exacerbada influência sobre a relação jovem e consumo.

REFERÊNCIAS:

FELIX, Juliene Aparecida Alves; SIMPLÍCIO, Aline Fernandes; DUARTE, Sandra Mary; SILVA, Lielton Maia. Juventude e Consumo: A Influência Exacerbada da MídiaPsicologado[S.l.]. (2016). Disponível em https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/juventude-e-consumo-a-influencia-exacerbada-da-midia . Acesso em 2 Set 2020.

Felix, J. A. A. & Simplício, A. F. & Duarte, S. M. & Silva, L. M., 2016. Juventude e Consumo: A Influência Exacerbada da Mídia. [online] Psicologado. Available at: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/juventude-e-consumo-a-influencia-exacerbada-da-midia [Acessed 01 Sep 2020]

FELIX, Juliene Aparecida Alves; SIMPLÍCIO, Aline Fernandes; DUARTE, Sandra Mary; SILVA, Lielton Maia. Juventude e Consumo: A Influência Exacerbada da Mídia [online]. Psicologado, (2016) [viewed date: 01 Sep 2020]. Available from https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/juventude-e-consumo-a-influencia-exacerbada-da-midia

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